Um brinde a Dionísio
O vinho é tão antigo, que além de participar da história do Homem, acompanha também as histórias mitológicas dos deuses, em especial Gregos. É claro que Baco (para os romanos) ou Dionísio (para os gregos) acaba sendo uma referência quando se trata da história dos vinhos. Mas enfim quem era esse famoso deus e por que ele é diretamente ligado aos vinhos? Entre as várias lendas que cercam a sua existência, a mais conhecida é aquela contada na peça de Eurípedes. Dionísio, nascido em Naxos, era filho de Zeus, o pai dos deuses, e da mortal Sêmele, a filha de Cadmus, o rei de Tebas. Sêmele, ainda no sexto mês de gravidez, morreu fulminada por um raio proveniente da intensa luminosidade de Zeus. Dionísio foi salvo pelo pai que o retirou do ventre da mãe e o costurou na própria coxa, onde foi mantido até a o final da gestação.
Nasce assim, da coxa do maior deus do Olimpo, o mito do deus do vinho e da vegetação, e eventualmente da alegria, que mostrou aos mortais como cultivar as videiras e fazer o vinho. Segundo a forma mitológica a videira nada mais é do que Baco nascendo pela segunda vez. Como primeiro nascimento a germinação da planta, e como segundo, a época em que a vinha dá uvas. De acordo com a tradição, Dionísio morria a cada inverno e renascia na primavera. Para seus seguidores, este renascimento cíclico, acompanhado pela renovação da terra e o reflorescer das plantas dando novos frutos, personificavam a promessa da ressurreição de Dionísio.
Como o deus da vegetação - especificadamente das árvores frutíferas - ele freqüentemente é representado bebendo em um chifre e com ramos de videira. Dionísio também é caracterizado como uma divindade cujos mistérios inspiram a adoração ao êxtase o culto às orgias.
Baco também usava as vinhas para seduzir. Quando se apaixonou pela bela Irígone, se transformou em cacho de uvas, e quando a jovem o percebeu sob tal forma, apressou-se em colhê-lo e come-lo. Foi assim que se tornou esposa do deus, de quem teve um filho chamado Estáfilos, cujo nome significa uva. Foi ele que, mais tarde, ensinou aos homens que, misturando-se água ao vinho, este não mais produzia a embriaguez.
É por todas essas incríveis histórias que muita gente, ao erguer a taça para brindar, oferece o precioso líquido ao deus Baco. E se ele realmente renasce a cada nova floração das videiras, que elas sejam sempre abençoada pelo deus e brindada pelos homens!
